5 de jul. de 2009

Saudade


E tu partistes quando as papoulas floresciam,
quando no céu mais estrelas brilhavam,
quando eu começa a entender a vida.
Eu te queria, tu me querias, porem, tu partistes...
Ali, tudo havia terminado.
E hoje, penso mais em ti.
Agora mais que antes eu te necessito...
Agora que sei o que é chorar, eu te preciso.
E dentro de mim, do meu ser, vagueias socorrendo-me,
incentivando-me diante das barreira que o mundo me dá.
Enxugando-me as lagrimas que escorrem em meu rosto
e que surgiram na tua partida...
coisas que não compreendia...
Hoje, é teu dia...
queria te fazer o mais belo poema,
te dar o mais belo jardim...
te cantar a mais bela canção.
De que adianta? Estas muito longe de mim
muito perto do alem...
A distancia, me impede de te encontrar.
Meu pensamento te procura na escuridão que me envolve...
É um sonho te encontrar...
Ergo meus olhos e te vejo na claridade que
envolve teu corpo cansado...
Tua caminhada foi longa
e por curto tempo caminhei ao teu lado...
que pena, por ti foi curta a minha existencia...
A ti, foi longa nossa caminhada.
Toda a realização que esperavas, havia se completado.
Toda a minha esperança chegara ao fim...
E tudo nos separou.
Quebraram-se nossos ideias, nossos sonhos, nossas ilusões...
Cortaram o elo que nos unia, que nos fez feliz e nos fez chorar...
Eu te queria, tu me querias...
E partistes... para onde?
em qual mundo te encontras?
Ainda te quero. Ainda te pertenço...
Egoisticamente, penso mais em mim do que em ti.
Eu não queria tua partida...
Tu querias a tua concretização.
Hoje é teu dia.
Dia que queria te ofertar o mais belo poema, os mais belos jardins, as mais elas canções...
Dia que choro uma dor presente da dor ausente.
Nossos caminhos despontaram cada qual para o seu lado.
Tu para o fim,
eu para o inicio... nos para o nada.
Nossas papoulas morreram.
Em nosso céu deixaram de brilhar estrelas.
Nosso mundo escureceu.
Que pena, terei que contentar-me com uma lembrança,
que envolve toda minha vida, todo meu ser...
Eu te queria, tu me querias...
E tu partistes.
(Fatima - 1973 / Para minha mãe)

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