23 de fev. de 2010

Vida na tela da TV


Acordo com bom dia e desejo que o sol permaneça comigo
indiferente às previsões que nem sempre certas,
que repetidamente informam.
Hoje não há de chover.
Desejo o sol para brilhar e suportar as fatalidades
que existiram nas madrugadas de muitos,
porque por mais você me envolvo em todas as manhãs
quando planejo tudo fazer e nada faço.
Espero sem sucesso, que não haja noticias que assustem
e no vídeo show da vida, relembro momentos que existiram e encantaram,
que não se perderam no tempo
Adormeço, entre um comercial e outro,
anestesiada pela ausência de idéias geniais...
Procuro rever minha alma gêmea e vivo sentimentos puros que
liberam lagrimas e gargalhadas, emoções.
Lamento o tempo que passa e dá fim aos sonhos que surgem em cada capitulo...
o fim certo de cada dia.
Registro mais um filme na agenda.
Busco o silencio, gravo na alma o que está alem da minha janela,
Imagino o navio silencioso que gigantesco procura o porto...
que tem o céu cortado pelo rastro.
Crio nas nuvens brancas imagens desejadas, sinto abraços,
tenho todos os reencontros que me são permitidos.
Na malhação pratico a paciência das artimanhas da cama de gato
superando tempos modernos... tempos... tempo de choro, tempo de avalanches, enchentes, subornos, denuncias, decisões, enxurradas...
É preciso viver a vida... superar situações inesperadas.
Não a vida que assusta, engana, que cria o poder paralelo.
Viver a vida que encanta e lentamente enche minha alma preguiçosa.
Vou indicando por votação o tempo de espera que deve ser eliminado.
Aponto a saudade insistente para o proximo paredão...
São capítulos e capítulos e o viver se contradiz em choro e emoção.
Não me canso de viver.
Desligo as imagens e me deito com o silencio do luar.
Quero me realizar conforme os projetos que estão armazenados em meu coração solitário.
Preciso do amanhã que somente é mais outro dia cheio de certezas nascidas das esperanças que se formam em cada amanhecer. (Fatima - 23.02.2010)

20 de fev. de 2010

Memórias - Milagroso


Nossa família mantinha o hábito de estar junto nos finais de semana, quando sempre havia um motivo para comemorarmos e estarmos reunidos, sendo comum estes encontros acontecerem na casa dos meus tios Hermano e Yvette na Rua Felipe Schmidt em Itajaí. Com certeza, nestes dias, sempre repletos de muitas alegrias, entre nós primos e primas, inúmeras eram as idéias que surgiam, aventuras estas, que nem sempre agradavam nossos pais, mas eram divertidas.
Um dia, em uma tarde de verão, quando o encontro parecia já estar no final, com toda a energia da idade que eu tinha, em um momento qualquer empreendi uma corrida, tentando fugir do castigo que com certeza receberia por parte do Hermano, meu tio predileto, que tinha definitivamente perdido a paciência quando soube das artimanhas que juntamente com uma de suas filhas eu tinha participado, resultado de uma das nossas grandes idéias...
Ao me dirigir para a calçada vizinha, que pertencia ao Colégio Salesiano, fugindo literalmente dele, que aparentava estar muito nervoso, tropecei no canteiro que embelezava aquela estrutura gigantesca, já famosa e fui alcançada.
Senti naquela hora, que meu dia não iria terminar tão bem quanto eu havia planejado, momento em que, para minha sorte, diante do barulho que fiz quando cai, uma das janelas se abriu aparecendo nela o então Padre Baron, Diretor daquele educandário, que sem saber exatamente o que estava acontecendo e porque acontecia, cumprimentou meu querido quase algoz educadamente.
Meu tio respondeu o cumprimento no mesmo tom educado e outra alternativa não teve senão a de soltar meu bracinho, me abraçar e juntos retornarmos caminhando para sua casa onde a “conversinha” foi de um modo muito particular.
Anos mais tarde cheguei a conclusão que Padre Baron, naquela tarde tinha sido meu protetor. Milagrosamente tinha me livrado de uma boa e merecida surra. Até hoje eu o respeito, como um santo padre deve ser respeitado.(Fatima - 19.02.2010)

14 de fev. de 2010

Sonhos


Tenho um sonho,
de não sonhar contigo.
De não te esperar a cada instante...
Sonho sonhos.
Loucos, proibidos, perdidos.
Reais e até verdadeiros.
Sonhos
que estão comigo,
Na minha alma e na minha cabeça
Em todos meus atos e no meu coração.
Sonhos que existem
no olhar que ao longe se perde,
no entardecer que não tem fim
Sonhos que sonho
Quando a lua ilumina o teu caminho,
deixando sombras no meu.
Quando tento alcançar a estrela distante.
Quando minhas lágrimas descem teimosas...
Sonho que me chamas,
Sonho que te ouço, te atendo.
Sonho de mãos que se encontram,
De abraços apertados...
Sonho que me faz sorrir te imaginando sorrir.
Eu tenho um sonho,
Na maioria das vezes, é somente um sonho...
Não explico,
É apenas mais um...
(Fátima - 02.Fevereiro.2010)