20 de fev. de 2010

Memórias - Milagroso


Nossa família mantinha o hábito de estar junto nos finais de semana, quando sempre havia um motivo para comemorarmos e estarmos reunidos, sendo comum estes encontros acontecerem na casa dos meus tios Hermano e Yvette na Rua Felipe Schmidt em Itajaí. Com certeza, nestes dias, sempre repletos de muitas alegrias, entre nós primos e primas, inúmeras eram as idéias que surgiam, aventuras estas, que nem sempre agradavam nossos pais, mas eram divertidas.
Um dia, em uma tarde de verão, quando o encontro parecia já estar no final, com toda a energia da idade que eu tinha, em um momento qualquer empreendi uma corrida, tentando fugir do castigo que com certeza receberia por parte do Hermano, meu tio predileto, que tinha definitivamente perdido a paciência quando soube das artimanhas que juntamente com uma de suas filhas eu tinha participado, resultado de uma das nossas grandes idéias...
Ao me dirigir para a calçada vizinha, que pertencia ao Colégio Salesiano, fugindo literalmente dele, que aparentava estar muito nervoso, tropecei no canteiro que embelezava aquela estrutura gigantesca, já famosa e fui alcançada.
Senti naquela hora, que meu dia não iria terminar tão bem quanto eu havia planejado, momento em que, para minha sorte, diante do barulho que fiz quando cai, uma das janelas se abriu aparecendo nela o então Padre Baron, Diretor daquele educandário, que sem saber exatamente o que estava acontecendo e porque acontecia, cumprimentou meu querido quase algoz educadamente.
Meu tio respondeu o cumprimento no mesmo tom educado e outra alternativa não teve senão a de soltar meu bracinho, me abraçar e juntos retornarmos caminhando para sua casa onde a “conversinha” foi de um modo muito particular.
Anos mais tarde cheguei a conclusão que Padre Baron, naquela tarde tinha sido meu protetor. Milagrosamente tinha me livrado de uma boa e merecida surra. Até hoje eu o respeito, como um santo padre deve ser respeitado.(Fatima - 19.02.2010)

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