10 de mar. de 2010

Memórias - Goiaba do vizinho


Enquanto brinco de cozinheira, relembro momentos que hoje provocam risos e são contados em diversas ocasiões... volto no tempo...
O terreno ao lado da Casa Branca da Rua Felipe Schmidt, como carinhosamente chamávamos a moradia dos meus tios, pertencia ao Colégio Salesiano e nele, junto ao muro que marcava seus respectivos limites, diversas goiabeiras expunham seus frutos maduros e apetitosos, alvo de tentações por parte da gurizada que ali tinha alguma forma de acesso e claro que eu fazia parte desta turma.
Um domingo, após ter passado a tarde anterior saboreando com outras crianças diversas daquelas frutas, decidi que tinha que cumprir minhas obrigações religiosas e confessar tal pecado conforme orientações recém recebidas na catequese e o dialogo em sussurro que se transcorreu foi mais ou menos o seguinte:
“- Padre, furtei goiaba do vizinho...
- Do vizinho do lado de cá, ou do lado de lá, me perguntou o religioso sizudo.
- Do lado de cá, respondi sem qualquer maldade e rapidinho ouvi o mesmo dizer.
- Então, não furte mais goiabas, pois o vizinho estava na janela e o vizinho viu...”
Inocente, achei o máximo ter sido perdoada daquela falta grave. Com muito fervor atendi a penitencia que me foi imposta e depois comunguei. De volta em casa, feliz e em paz com o Criador, contei com detalhes minha confissão, não entendendo as gargalhadas que provoquei, só percebendo, muito tempo depois, que meu confessor e também vizinho, rigoroso Pe. Zeno, a tudo tinha presenciado...(Fátima - 01.03.2010)

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