16 de nov. de 2015

Casa da Herondina



Esta rua já não é mais a mesma de outros tempos.
Nela, restaram lembranças apenas.
Minha memoria angustiada,  busca a casa que fazia parte dos meus dias...
Vejo edificações enormes... tapumes, caminhões de concreto...
A casa que procuro não existe mais...
Realidade que nunca imaginei. 
Triste, percebo: a casa da Herondina, também foi demolida.
Em pensamentos me vi, naquele quintal... sonhando, vivendo, construindo castelos e cidades com  prédios de areia umedecida...
Em segundos, me vi assim outra vez.
Ouvi minhas gargalhadas, as conversas dos amigos,  dos familiares...
E com tristeza na infância das crianças que serão criadas nestes prédios...
Filhos modernos, criados em corredores cheio de portas fechadas...
Filhos calados, de risos limitados pelo silêncio obrigatório...
Filhos que jamais saberão  o que é “um quintal com areia e arvores”...
Nunca sentirão  o cheiro da terra de suas aventuras...
É assim que vejo a casa da Herondina, tanto quanto meus castelos e meus prédios de areia que fugiram das minhas mãos e se perderam nas lembranças  do meu tempo.
(Fátima - 16/11/2015)

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