Um corpo, uma alma, um ser...
contudo, um trapo.
Um corpo transformado em materia...
talhado pelo tempo, pelo espaço, pela existencia...
Uma alma bitolada pela sociedade...
fundamentada nos fatos e atos...
egoisticamente criados,
paulatinamente formados.
Nascidos da materia, fria, egocentrista...
Um ser, união de um corpo materia e alma corrompida...
Um ser, vivente que respira, pensa, chora, vive e sofre.
Um ser,
um trapo,
resultado de uma sociedade errante
sem base,
de homens poderosos, fortes...
Seres, trapos derrotados na batalha do tempo,
onde os vencedores são os parasitas
e os derrotados verdadeiras fontes de vida.
Derrotados,
seres, trapos,
restos de um corpo...
Sombras de uma alma.
De tudo o que foi,
deste ser,
desta alma, apenas a deturpação existe,
com o fracasso.
Fim de toda uma sociedde:
um ser,
um corpo.
Antes humano,
um corpo,
agora matéria.
(Fatima - 1974)
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