26 de jun. de 2009

...


Faço dos teus, os meus olhos...
Te amo pra sempre.
(Fatima - 2009)

Existencia

Nascer...
E foi assim que vim conhecer o mundo.
Tudo o que me rodeava,
parecia ser mais belo,
mais resplandescente...
As pessoas,
não haviam se desencontrado ainda,
as rosas eram mais vermelhas,
o sol brilhava mais forte...
As nuvens corria, e la onde o mar não acaba,
nascia o céu,
que de felicidade corria de encontro as nuvens...
Eu era feliz...

Viver.
Passou o tempo,
e um dia, nada disto aconteceu
Então conheci as lagrimas...
Nasceram dos meus olhos e
lentamente correram em meu rosto.
E tudo mudou...
As perguntas foram surgindo e
ficaram todas sem respostas.
Todas as palavras ditas, ficavam perdidas no ar...
o vento soprou mais forte
e as rosas curvaram-se diante do seu poder.
A vida, passou mais rapida,
novos seres apareceram...
serão felizes?
Serei feliz?
Ser feliz...


E um dia, uma nova esperança nascerá.
Sei disto!
Haverá uma resposta para todas as perguntas.
As palavras não se perderão mais,
as rosas serão como antes.
As materias deixarão de existir e cada um
encontrará numa rosa ou no sol,
num olhar ou numa palavra dita,
uma verdade para ser feliz!...
(Fatima - 1971)

Solidão



Abandonada e cheia de ilusão,
sigo meu sombrio e turvo caminho,
acreditando ainda que partistes para voltar...
E assim, como palida nuvem,
branca e dispersa,
eu corro por entre as arvores,
sem nunca parar,
nem voltar para tras...
E eu vegeto, ignorando que tua partida,
não terá uma volta...
Desconhecendo que teu adeus será inalteravel,
desconhecendo que jamais havera um novo carinho,
Um novo abraço, ou um novo beijo...
E continuo seguindo,
Não sabendo que partistes para sempre,
transformando-te em outro ser...
Outro ser que me deixou como lembrança
A saudade,
A tristeza,
A solidão!
(Fatima - 16.10.1971)

Chuva



Estou sozinha...
Não sei o que faço...
O céu azul escurece.
O vento empurra as folhas das arvores,
impedindo-as de voltarem ao seu estado normal.
É tarde...
As aves abrigam-se prevendo o que vai acontecer.
As pessoas passam rapidas,
um choro se faz,
um riso se dá,
uma saudade chega...
Chove e sozinha num apelo de integração a vida, choro!
Meu rosto, molhado pela chuva e pelas lagrimas
se torna triste.
Ah! Saudade que mata...
Vida que passa... futuro, que vem...
Ando vagarosamente...
Mais e mais ligeiro eu ando...
quero fugir!
Ajudem-me a mais depressa andar!
Eu quero viver!...
Não adianta,
ninguem me ouve.
A chuva aumenta e todos começam a correr,
somente eu ando...
Não te encontro.
Vida, como posso correr se minha vida sou eu,
e eu, so sei andar?
Não posso mais te encontrar...
Solidão se apresenta.
Não te vi.
com as pessoas passastes, quando todos correram
e só eu andei!...
(Fatima - 16.10.1971)

Felicidade



O sol aquece suavemente meu rosto...
Meus olhos brilham e meu coração grita felicidade.
A radiola, nun sussurro devora discos cantando doces canções...
Olhando o circuito mecanico, penso em tudo o que ja passou
e adormeço.
Vivo um instante fora da realidade.
Sonho.
Em meus sonho corro por entre as arvores,
pelos campos,
Olho as montanhas e vejo o rio que correndo lentamente,
não me percebe.
Sou feliz!
Uma imagem me vem a frente... sorrio.
Num gesto minhas mãos erguem para o nada
e meus braços abraçam um vazio...
Vida!
Acordo.
A radiola parou,
As flores se abriram,
os carros passam...
A vida continua com o tempo...
Mais uma vez abracei o passado,
concretizei minha felicidade.
Mais uma vez, vivi no irreal
e fui feliz.
Assim sempre será:
A vida reviverá o tempo que passou.
Nos o bitolaremos,
E cada um, por aquilo que teve,
por menor que seja,
Será,
pelo que passou,
Um minuto feliz!...
(Fatima - 09.10.1971)

Lembranças


O relogio seguidamente bate os mesmos compassos,
marcando mais uma vez, mais um minuto, mais uma hora,
mais um instante na tua vida, ma minha...
Estou só!
Meus olhos percorrem a escuridão e nada veem.
Minhas mãos tremem...
As rosas no vaso, iluminadas pela palida luz da vela,
se entristecem mais a cada segundo que passa,
sentindo a velhice...
O vento frio embalança as cortinas.
Olho o céu...
As nuvens cobrem estrelas tristes fazendo
com que desapareçam,
E devagar,
bem devagar as calçadas pintam-se de pequenas goticulas,
Lágrimas deixadas pelo tempo...
Cai a chuva.
O céu ilumina-se pelos cortes elétricos
e trovões se espalham no ar.
Diante de tudo isto eu penso em ti.
Onde estás?
Em que mundo te encontras?
Meus olhos te veem na escuridão
E eu te abraço no nada...
Partistes?
Por que?
...
Será necessário uma resposta para todas as
minhas indagações?
Tudo passou...
As rosas morreram...
A chuva terminou...
As estrelas, voltaram a brilhar...
O tempo tudo me levou,
Menos a lembrança do teu ser!...
(Fatima - 09.10.1971)


Partida


E foi num dia como este que parti.
Deixei atras de mim tudo o que tinha planejado...
Parti e não olhei para tras,
porque eu queria ser forte,
mas uma lagrima corria em meu rosto...
E eu não queria chorar!
Então corri.
O tempo passou mais depressa,
As pessoas me esqueceram,
Eu me tornei só!
Parti para uma fuga.
Fugi para as ruas, por entre as flores...
Elas também não me compreenderam...
Olhei em minha volta e nada vi.
Ri... ri muito!
Não era de felicidade que eu ria.
Onde estavam as pessoas que eu amava?
Não diziam elas serem compreensíveis?
Abri uma fenda em meu mundo e nela desapareci.
Chorei,
mas de que adianta chorar?
De que adianta chorar se as pessoas bitolaram-se?
Transformaram-se?
Materializaram-se?
E eu que vivo da lembrança de um passado feliz,
não creio mais nas pessoas
Porque não sabem distinguir o bem do mal,
Porque não veem as verdades.
Enfim, não creio mais nas pessoas,
porque delas, apenas resta o rotulo de humanas!
(Fátima - 09.10.1971)

25 de jun. de 2009

Perdoar

Perdoa
aqueles que te esqueceram.
Aqueles que te abadonaram.
Perdoa o rio que destruiu tua imagem com
o correr das aguas...
O céu que se transformou marcando outra epoca...
Perdoa as homenagens fingidas que te fazem
querendo com elas e em teu nome criarem formas
conceitos...
Perdoa aqueles que dizem te amar,
não sabem o que é amor...
(Fatima - l974)

Castigo


Repentinamente penetrastes em meu mundo,
furtando-me a paz...
Roubastes a tranquilidade dos meus momentos,
Tirastes a ilusão dos meus sonhos.

E por tudo,
por minha paz destruida,
por meus sonhos
transformados em desilusões,
condeno-te a ignorares minha presença,
pois a mim,
pior castigo será ter tua amizade.
(Fatima - 1974)

Ser proibido

Mais uma vez, me encontro só.
Tudo o que me cerca tornou-se futil e sem nexo.
Repasso no meu interior, todos os meus passos,
meus dias vividos intensamente.
Junto, meus momentos presentes,
aos queimados pelo fogo, pelo tempo...
Procuro-te entre as cinzas e te encontro...
Faço de ti, motivo para o meu viver.
Um pedestal onde coloco minhas alegrias, tristezas,
minha finalidade, minha vida...
És toda minha existencia,
a razão de um ideal.
Por ti, levaria todo um tempo,
revivendo todos os segundos juntos.
A ti,
daria todo um tempo,
meu tempo,
meu ser...
A ti proibido ser,
de todos os meus momentos,
a minha paz,
minha felicidade,
minha compreensão,
o meu amor.
(Fatima - 1974)

Corpo

O frio invade o corpo materia,
absorvendo-o por completo deste mundo.
Crava-lhe as imagens de um tempo
e retira de suas entranhas mentais
o pouco que ainda lhe resta.

Corpo materia.

Seus olhos captam movimentos perdidos
sua boca corpe palavras irreiais,
suas mãos movem-se com gestos infindos
sem tradução...

Seu todo, vive porque ainda respira...
não ha alma, todos os sentimentos morreram.

Corpo materia...
parasita daquilo e daqueles que lhe cercam.
Perde-se no meio dos seres...

Corpo materia uma realidade.
Corpo materia, apenas um ser.
(Fatima - 1974)

Trapo


Um corpo, uma alma, um ser...
contudo, um trapo.
Um corpo transformado em materia...
talhado pelo tempo, pelo espaço, pela existencia...
Uma alma bitolada pela sociedade...
fundamentada nos fatos e atos...
egoisticamente criados,
paulatinamente formados.
Nascidos da materia, fria, egocentrista...
Um ser, união de um corpo materia e alma corrompida...
Um ser, vivente que respira, pensa, chora, vive e sofre.
Um ser,
um trapo,
resultado de uma sociedade errante
sem base,
de homens poderosos, fortes...
Seres, trapos derrotados na batalha do tempo,
onde os vencedores são os parasitas
e os derrotados verdadeiras fontes de vida.
Derrotados,
seres, trapos,
restos de um corpo...
Sombras de uma alma.
De tudo o que foi,
deste ser,
desta alma, apenas a deturpação existe,
com o fracasso.
Fim de toda uma sociedde:
um ser,
um corpo.
Antes humano,
um corpo,
agora matéria.
(Fatima - 1974)

Momento


Meu mundo:
um copo,
um cigarro,
um amor.
Um copo para tentar esquecer o tempo,
fazer outro nascer...
Um cigarro,
para que na fumaça
possa chegar até minha realidade,
para que eu possa me encontrar.
Um amor,
para viver, sentir,
uma verdade obscurecida pelos homens
deste tempo,
que destruiram a verdade da minha vida.
(Fatima - 1974)

Vidraça


Atras da vidraça
meus olhos perdem-se no infinito...
Neles brilham os reflexos
de mais um dia que termina...
Um dia a mais...
Entorpecida pelo momento
busco te encontrar entre os raios
vermelhos que lentamente partem...
Sinto te perder em cada instante
que se perde...
E a luz do mundo se acaba...
Choro tua ausencia...
Perdi-me no teu mundo,
não consigo me encontrar.
(Fatima - 1974)

Desejo



Pensei que facil fosse somente me despedir,
de tudo e de todos
Achei que simples acenos
que indicassem minha partida
fossem coisas banais, sem nexo.
Não percebi que partir,
era a sensação de perda.
A formação de um vazio,
que nasce pouco a pouco, em ter o porque.
E agora,
tao perto do partir
maldigo o momento em que pensei neste adeus...

Apego-me a tudo e a todos.
Olha a minha volta e novamente sinto morrer
alguma coisa coisa em mim.
Cheguei sem finalidade...
parto chorando...
Não acreditei que pudesse ter elos...
Partirei...
nos meus olhos, tristeza.
Partirei,
contudo, somento um desejo:
voltar!!!
(Fatima - 1974)

Procuro


Lá fora,
o frio sem sentido esbarra contra as paredes.
La fora, vozes perdem-se no ar,
projetando-se ao infinito...
Lá fora, onde tudo é materia,
concreto,
meu pensamento busca a tua presença...
Meu corpo, teu calor.
Todo meu ser busca todo o teu ser...
Procuro-te no que resta da noite.
Procuro-te no tempo,
no infinito.
Encontro-me só.
(Fatima - 1974)

Preciso



E necessito falar com alguem.
Libertar toda ironia que há em mim,
fugir.
Chegar até a janela do sol,
desaparecer,
num segundo,
num raio...
Destruir a forma que criei,
esquecer idolos e herois...
quebrar tabus e regras impostas
Buscar meu mundo.
E preciso partir os vidros da solidão.
Não ser,
um ser só!
É preciso...
(Fatima - 1977)

Não existes



Não existes.
Sequer chego a acreditar naquilo que vejo,
escuto.
Por tudo, sinto-me perdida
nesta cálida noite que quer se acabar...

Não creio.
Sinto-me sonhando.
É impossivel tua realidade e preciso de
provas concretas,
que afirmem estas verdades...

Dois mundos se misturam
na ordem logica das coisas.
Toda certeza parece flutuar...
Assim tambem estarei,
flutuando,
constantemente interrogando:
- acaso existes???
(Fatima - 1978)

Realidade



Sinto-me parte de ti e do teu mundo.
E confusa tento distinguir uma realidade,
que parece não existir...

Parte do que somos se destroi
Muito do que és, fica
fazendo surgir um momento de vida.
Tentamos descobrir mundos que se chocam...
Há confusão nas mentes
Tudo parece ilusão,
um sonho...
Custo acreditar nesta realidade que
repentinamente surge.
Que no silencio nos faz ouvir
o barulho do sol ao nascer.
Realidade...
(Fatima - 1978)

Atitude



Daria tudo do meu mundo,
para te ver neste instante.
Daria todos os meus, aos teus momentos
para nao me separar de ti.
Faz madrugada fria.
Desperto pensando no teu ser...
todo o meu se agita,
te busca
te quer.
Gostaria de ter
teus movimentos,
teu sonhar,
teu sorriso neste silencio.
Agora eu te queria.
(Fatima - 1978

Não quis partir


Repentinamente as coisas voltaram...
Meu silencio findou...
Minhas mãos ergueram-se novamente
mas, eu não quis partir...
Mudei, com a mudança do meu mundo.
sonhei que era verdade
que nela estavas presente...
agora, te sinto como parte de todo um tempo,
que nada foi,
que em tudo, se perdeu...
Meu tempo,
quero te viver intensamente...
não apenas de sons perdidos,
Noites quietas
Silêncios que maltratam...
Eu quero te viver vida...
Junto ao meu, teu ser real.
Quero teu barulho a todo instante,
em todos os momentos...
Até mesmo,
quando só o silencio é companheiro...
(Fatima - 1987)

Descoberta


Descubro perdida e distante
estrela, estranha companheira nesta solidão.
Traço uma tangente e parto em busca do seu silencio.
Nada sou agora,
de tudo o que fomos resta apenas
a fumaça do cigarro amigo
Um canto de pássaro noturno...
Uma unica estrela a brilhar.
(Fatima - 1978)

23 de jun. de 2009

Antes de partires


E antes de partires,
gostaria de abraçar-te
e deixar naquilo que levas
um pouco de mim,
furtando-te sorrateiramente, parte de ti.
Te fazer crer,
que todo mundo foi feliz por um momento,
pelo ecoar do sino calmo e distante
ou pela madrugada que se prolonga
silenciosa e fria...
Por tudo que transformou em realidade
a presença do teu ser.
(Fatima - 1978)

Momento

O momento chegou,
agora ja te vejo realidade. Fato.
No meu mundo, quase sempre
confuso e obscuro, te encontrei...
Como um amanhecer calmo e grandioso...
um sussuro de mar.
Noite de luar.
Não choro, nao posso sorrir.
Paro no tempo e no espaço.
Tento te prender mais um pouco
Para não te esquecer...
(Fatima - 1978)

Escuta

Talvez seja a ultima carga que disponho...
Luto desesperadamente com o teu silencio absurdo.
Na quietude deste novo dia
ergo meus olhos até aos céus,
busco tua imagem...
Apesar de tudo, te sinto presente...
E num grito,
tentando quem sabe,
tambem destruir distancias
Lamento
este teu silencio que é só teu e
do nada nasceu.
Escuta, teu silencio me destroi.
(Fatima - 1978)

Restou

E só restou o eco das tuas palavras...
Quebrou-se misteriosamente o encanto
e no silencio da noite, roubaram-me a paz
E neste momento, envolvida pela noite,
grito.
Grito por ti,
por teu silencio...
nosso calar!...
(Fatima - 1978)

Não me basta


Queria agora,
neste momento onde tudo é frio,
la fora e dentro da minha alma,
ter a emoção do instante de te reencontrar...
Preciso saber de ti,
como todos os que te rodeiam sabem...
Preciso do teu sorriso,
da tua voz.
Escuta,
Já não me basta o grito ensurdecedor
deste teu silencio!
(Fatima - 1978)

Um pouco


De tudo um pouco...
Da estrela, pontas
Da lua, reflexos
Do sol, raios
Do mar murmurios...
Um pouco de tudo,
gostaria de te oferecer.
De tudo o que fosse belo,
para preencher vazios,
matar lembranças...
apagar tristezas...
De tudo, apenas uma ponta,
um reflexo, um raio,
um murmurio:
Meu amor.
(Fatima - 1978)

...

Fomos e somos seres viventes,
distraidos na busca do nada,
loucos quando esquecidos do tempo...
estranhos ha poucos momentos...
Filósofos no emudecer dos corpos.
(Fatima - 1978)

Mariposa


Vejo, bailando no ar,
doce mariposa.
Meus olhos acompanham seus circulos infindaveis
e encontram céu escuro, salpicado de estrelas.
Meu corpo estremece
e minha alma perde-se na busca
do ar que me falta...
Um ruido quebra o silencio dos meus ouvidos
e o relógio do tempo avisa que é chegada a hora...
Sento-me na beirada da vida e reflito.
A mariposa, destruiu-se.
Meus olhos se fecharam.
Minha alma, em circulos partiu.
Apenas meu corpo materia ficou.
(Fatima - 1978)

22 de jun. de 2009

A beira do rio


Sentei-me sob o pé de chorão
e descansei minha vida.
O rio manso e calmo seguia seu destino
Perguntei ao reflexo sobre os
misterios da vida
e o vento frio
bateu em meu rosto ignorando
minha duvida.
Solidão sentou-se ao meu lado
e estavas com ela.
Minha sombra projetou-se na agua e juntas
em silencio ficamos, no nada...
em busca do nada.
(Fatima - 1978)

Escuridão



Na escuridão deste quarto

olho-me diante do espelho,

acendo um cigarro e desligo

todas as vozes do mundo.

Abraço meu corpo

num gesto de auto solidariedade

e me dou um sorriso na esperança

de ver partir esta tristeza que me

invade a alma.

Ironia de toda minha vida.

Eu me confundo.

Tento me despertar e

ainda no espelho apenas uma imagem...

Nas mãos um tempo passando.

Na escuridão, apenas um vazio.

(Fatima - 1978)

Acorda...

Apesar de tudo,
continuas tenra criança,
correndo por este mundo
onde todas as coisas se confundem,
se batem, se matam.
Ainda inocente daquilo que te cerca
com os olhos cegos as artimanhas da vida...
Tudo e todos tem sido
resultados de magica,
alegria... momentos de eterna felicidade...
Menino, desperta para este mundo.
Somos restos de festa
confetes perdidos no chão do tempo.
Abre teus olhos,
antes que todas as portas se fechem...
Acorda, caminha,
antes que fiques perdido,
sem ninguem,
no meio do salão.
(Fatima - 1978)

Desligar


Tenho vontade de caminhar por ai.
Sem rumo, sem qualquer destino,
em busca de qualquer coisa.
Que possa satisfazer
e matar esta sede de viver...
fechar a porta,
isolar-me do mundo.
Desligar canais auditivos e caminhar.
Chegar até o nada que procuro,
(Fatima - 1978)

Explicação


Tento te explicar e me confundo mais
Apesar de tudo, te espero...
Que tua presença presente,
momento em meus momentos.
Tiro a capa que me protege
e continuo,
com a esperança que voltarás.
Que nada do que somos hoje restará
a nao ser um caminho perdido
sob nossos pés...
(Fatima - 1978)

Necessidade

Preciso te sentir,
sentir teu rosto, tuas mãos...
Sentir teus pensamentos, tua voz.
Sentir tua presença presente
para ter certeza do tudo
e sufocar toda a confusão
que há em mim
Preciso te sentir
como a escuridão precisa da luz,
para matar este emaranhado de duvidas
que de repente surgiram.
Preciso te sentir,
para saber o que és.
Para fazer que a dor nao exista.
Eu so preciso neste momento,
te sentir somente...
(Fatima - 1978)

Te procuro

Eu te procuro
como se procura o sol...
como o mar procura a praia...
Eu te quero,
como fator fundamental
para a sobrevivencia,
como o ar a ser respirado.
Como se nada mais
existisse sem tua existencia.
E desejo a tua presença
como esmoleira do destino
que nada no mundo tem.
Como se fosses a unica mão amiga,
o ultimo instante...
Dentro de mim,
tudo ja é confusão...
Agora, não sou mais eu que te vejo.
(Fatima - 1978)

...

Marco um ponto,
faço retas se cruzarem,
esqueço tratado e pactos.
Traço apenas um rumo,
lanço apelos.
Apago-me nos momentos.
O silencio me magoa...
Apesar de tudo,
continua comigo.
(Fatima - 1978)

Descoberta


De um ponto a outro, um infinito.
Principio de um misterio
que corre lentamente entre nós,
que assusta.
Eu me calo.
Te calas,
Nada sabemos um do outro
Nada que confunde.
Aos poucos, tudo se acaba.
Descubro que até o silencio destroi.
(Fatima - 1978)

Pecado

Junto letra por letra
e nada faço...
Peco contra o tempo
através desta indiferença.
Desconheço razões e normas...
regras e tratados.
Minha alma separa-se do meu corpo.
Ja não me pertence.
Fico inerte.
Espero meu momento
e com ele partirei.
(Fatima - 1978)

Falo da vida

Ei,
falo da vida,
das alegrias,
das tristezas...
Do hoje,
do ontem
Um tudo
Um pouco
para ter certeza
de ainda existir vida,
mesmo que o amanhã
ja seja realidade.
(Fatima - 1978)

Estrelas


Meus olhos avistam
pontos luminosos perdidos na escuridão...
Repentinamente parece que todo o ceu
deitou-se sobre a terra...
As estrelas não sao as mesmas
e não consigo enxerga-las do mesmo jeito.
E assim,
quanto mais me busco,
maiores são meus desencontros.
(Fatima - 1978)

...

Quisera destruir a distancia que existe entre nós...
E este silencio é abafado pela lembrança da tua voz.
(Fatima - 1978)

Entristeço

Neste silencio maior,
onde todas as coisas sao perceptiveis,
todo murmurio é um estrondo...
onde a poeira ao longe se levanta
e o vento agita as aguas paradas,
sinto teu corpo junto ao meu e paro
na tentativa de não destruir este momento.
Somos apenas um todo
Perdidos em uma busca constante.
Nesta paz quase imaginaria que nos envolve,
te sinto mais perto.
E te quero assim e te entendo...
Te calo com meu silencio.
Entristeço.
(Fatima - 1978)

...

Sinto saudades
por fazes parte da saudade que nasce em mim
no instante que nos separamos...
(Fatima - 1978)

...

Penso em ti
quando sozinha
sinto o silencio que ha no mundo.
Quando no espaço
ja não mais existe
um gesto,
uma voz.
Penso em ti,
quando o amanhã
vem chegando e sinto mais perto
o momento de te abraçar.
Penso em ti.
(Fatima - 1978)

Fizestes

E me fizestes assim,
silencio deste tempo
porque nada restou.
Nem mesmo o sorriso matreiro,
as corridas loucas.
Nem mesmo o olhar,
o beijo...
mãos que acariciavam.
Tempo.
Nosso tempo que o meu findou.
Hoje do tempo, apenas o silencio.
(Fatima - 1978)

Lagrimas


As lagrimas do tempo retornam.
Repentina e calmamente
invadem todo o meu ser
e me colocam diante de uma escolha.
Misturam-se umidas e frias...
Lagrimas do tempo
Minhas lágrimas.
Busco a esperança neste instante...
E me vejo partindo.
Calo-me frente ao sussuro da chuva
e sob ela, somente um gesto,
um caminhar.
(Fatima - 1978)

Frio


Sinto frio
estou só...
Na distancia, te sinto presente.
Gostaria de te alcançar
e te dizer baixinho
que te amo...
Que a tua ausencia
faz o frio maior.
(Fatima - 1978)

Por ti


Há um ceu,
estrelas, nuvens,
relampagos.
Há quase tudo.
Um momento,
que nao posso esquecer,
uma solidão que parece eterna companheira.
Há a tua ausencia no meu "eu"...
no meu mundo
com sonhos a conquistar,
concretizar... amar.
Há neste mundo um tudo:
ceu,
estrelas, relampagos... nuvens...
minha saudade por ti.
(Fátima - 1979)

...

O proprio silencio
não me deixa te esquecer.
Com ele, ainda mais te amo.
(Fatima - 1979)

Espero

Sinto que já não faço mais parte de ti
Creio que o tempo e meus atos
te fizeram esquecer minha existencia.
Reajo diante desta ausencia,
espero
aquele sorriso que partiu,
a voz que se calou.
Espero por ti.
(Fatima - 1979)

Solidão


A solidão faz parte do nosso ser e nos envolve.
Cria raizes fortes
que se espalham por todo o corpo,
nos corroem...
Existe simples e forte
dentro de nós.
Não conseguimos explica-la...
(Fatima - 1979)

Instantes de amor


Eu te amo
quando amanhece o novo dia
e o sol chega iluminando teus caminhos,
meu caminhos...
Eu te amo,
quando venta tarde mansa e sonolenta
pedaço do tempo que termina...
teu dia, meu dia...
Eu te amo,
quando chega a noite
carregada de misterios,
estrelas, silencios.
Eu te amo em todos os momentos...
de cada novo dia.
Te amo um pouco mais.
Em cada instante, te amo.
(Fatima - 1978)

Quero

Eu te quero assim
um corpo presente
nos momentos
antes cheios de solidão.
Eu te quero assim,
parte do meu mundo,
parte minha
minha parte melhor
Qiero porque te amo assim.
(Fatima - 1978)

Quadro na parede


Existe ainda,
tenho certeza,
um quadro na parede
empoeirado, esquecido...
Há um rosto na moldura,
calado,
tranquilo...
Ha um pouco de misterio
no teu rosto emoldurado
Um silencio empoeirado tambem
que sufoca.
Uma saudade calada
dos momentos que ficaram dependurados.
(Fatima - 1979)

Ser cafona


Queria ser cafona
dizer coisas bem banais
Mais que tudo, apelar...
vestir chinelos entre os dedos,
atirar pedras no ar...
correr junto com o riacho,
caminhar contigo...
assim,
sem nada,
sem rumo...
Mãos dadas,
que nada falassem,
que tudo calassem.
Queria ser o silencio
que gritasse o quanto te amo.
(Fatima - 1979)

Tanto...


Tanto amo,
que te amo um tanto.
Um tanto que te amo,
nao cabe no universo...
E eu só te amo um tanto...
(Fatima - 1979)

Corpo


Meu corpo repousa inerte
Minha alma busca um instante
que faça um encontro:
Tua alma e meus olhos...
No misterio do infinito
te vejo, vendo uma estrela.
Para com medo de perder este momento.
O silencio me faz te encontrar...
Alma mais alma
Corpo mais corpo.
No tudo que há,
Mais nada existe
senão o silencio.
(Fatima - 1979)

Fazer encrenca


Quero fazer encrenca,
virar-me do avesso,
Abri minha cabeça
colorir minha caneta.
Quero achar o "eu"
que foi um momento...
Quero mesmo fazer encrenca
Gritar mais alto a revolta
fazer meu protesto honesto
puro, até obscuro.
Quero e me bitolei
me rotulei e não parti.
Suporto, sufoco
e me aturo.
Violento-me a cada momento.
Sinto nojo,
cuspo minha alma.
Quero mas uma vez
Liberdade sem sem limite,
uma casa sem muro
uma fresta que me de
uma vaga no mundo...
que nao conheço.
Quero nada,
quero tudo.
Encher balões, solta-los...
Cortar bambu, fazer pipas...
Molhar na agua meus pés,
Jogar pedras,
Mergulhar no mar,
Borbulhar...
Voar feito gaivota
Deslizar...
Quero passos que me acompanhem,
Olhos que me vejam,
Mãos que me encontrem
Um "tu" que me faça "eu".
(Fatima - 1979)

Reflexos


Ao espelho indago:
- que fazes tao parada, imovel,
calada no nada deste mundo,
neste lapso de tempo?
- que metas queres atingir se
a nada te propões,
por coisa alguma lutas?
- que te espera, que te espera?
Reflexos de reflexos...
Momentos destruidos.
Caduco neste esperar,
Nao parto e não fico.
Movo um musculo e
continuo vendo teu rosto
sem expressão.
Entao,
me procuro entre estes angulos
E vejo, capaz que sou,
apenas um rosto
sem reflexos.
(Fatima - 1979)

Somos


Somos iguais nesta noite,
Perdidos,
Soltos.
Procuramo-nos
Buscamo-nos
Sentimos
nossas presenças ausentes
Partimos
na espera de um novo encontro...
(Fatima - 1978)

Confissão


Respiro a tristeza que me invade,
Arrumo meus passos na vida,
Ignoro a dor que me preenche.
Mudo o tom da voz...
Uso o sorriso triste para te encontrar
Nego o grito da saudade e
Domino a lagrima teimosa que chega.
O amor que sinto é infinito, acredite!
(Fatima - 2009)

21 de jun. de 2009

Mãos vazias


E surges
como o sonho mais antigo,
mais esperado.
E me envolvo,
buscando a morte pacifica
desta solidao.
Eu te sinto aqui...
E as mãos inertes
procuram-se perdidas.
Calam-se as vozes,
provocam silencios,
porque assim estavam.
Amas vazias...
(Fatima - 1978)

Silencio


Calo
e tanto teria para te dizer,
Falar dos sonhos e momentos,
das estrelas longinquas,
do sol...
Dizer coisas minhas,
Saber das tuas...
Calo,
quantas coisas precisavam ser ditas,
ouvidas.
Porque existe o silencio entre nós?
(Fatima - 1978)

...

Não queria pensar em ti,
porque dentro da minha alma
ainda restam tristezas...
Não queria te querer pelo medo de sofrer...
(Fatima - 1978)

...

E me calo.
Não ha palavras que possam expressar o quanto te amo.
(Fatima - 1978)

Sai


Sai
caminhando
para te encontrar,
como todos os dias...
vendo-te para ser,
sendo para existir...
(Fatima - 1978)

Quero

Quero que me ames,
por aquilo que sou, pelo silencio que existe.
Quero que me queiras,
pelos instantes que junto estamos,
por toda distancia que é real.
Quero que me sintas como parte de tí
e dos teus momentos.
Escuta,
te amo, quero que me ames...
(Fatima - 1978)

20 de jun. de 2009

Saudades...


Sinto saudades
porque fazes parte de tudo o que é mais importante...
Sinto saudades,
porque estas no caminho que faço,
na ausência das coisas,
no instante que “paro...
nos sonhos,
na noite...
Numa estrela, sinto saudades.
(Fatima – 1978)

Grito

Acordo na madrugada,
busco tua presença e me vejo só.
Queria dizer-te de tudo aquilo
que chega neste momento primeiro.
Busco palavras,
procuro uma estrela e “te vejo”diante de mim.
Paro, tentando te alcançar.
Então, me debruço no tempo
e grito alto teu nome,
Querendo-te,
amando-te ainda mais.
(Fatima – 1978)

Sentimento


Existe em mim um sentimento puro,
que é feito de ti e da tua ausência...
Há em mim um momento especial
que nasceu por ti.

Tem um sentimento
feito de um momento
que nasceu na hora em que chegastes...
Por ti, há sentimentos.
(Fátima – 1978)