28 de mar. de 2010

Espiando


Espio da janela,
o pássaro me espia,
o gato espia o pássaro.
O cão vadio espia o andarilho
que não vê o gato...
que não é visto pelo pássaro,
que não me vê,
que o vejo da janela do tempo de espera,
onde minha alma vestida de saudades, espiando,
espera o calor do sol
que faz a flor que se abre enfeitar a terra,
que executa a musica do mar embalando meu espírito
e no anoitecer, quando chegar a luz prateada de qualquer lua,
ser insensível a lágrima repentina que me turva a visão.

De esperar a janela não fecha mais...
O pássaro voou cantando,
o gato dormiu roncando,
o cão barulhento se calou
quando o andarilho passou...

O silencio da vida abraçou o tempo e se foram...
Da janela, continuo espiando.
(Fátima - 28.03.2010)

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